Bom tudo o que tínhamos que ver e foi visto na viagem e o que não foi possível ver terá que ficar para uma próxima viagem. Hoje é penúltimo dia (eu acho); de San Luis (Argentina) até Porto Alegre são cerca de 1760km que teoricamente dá pra fazer em dois dias. Eu já estou ansioso para chegar em casa por isso 8:00 da manhã já estou com tudo pronto para partir, o mesmo já não acontece com meus colegas, porque tudo é feito em slow motion, mas ok, cada um no seu ritmo, ehehehe. Talvês eu esteja errado, sou acostumado no escritório num ritmo intenso e acabo transmitindo isso para as minhas férias também.
Na saída do hotel eu e o Marco acabamos saindo e dobramos a esquina, o restante do pessoal não nos viu e ficaram para trás. Fomos no posto abastecer e nada de eles virem, no fim seguimos para a saída da cidade esperar por eles, como tava demorando e o Marco percebendo minha ansiedade de andar disse para mim seguir que ele ficaria ali esperando. Bom segui em frente, rodei uns 20km e o frio e o vento estavam muito fortes, parei para reforçar o agasalho, coloquei minha blusa térmica nível III por baixo da Jaqueta e também e coloquei a minha calça impermeável da Daynese que comprei na Itália no ano passado. Ela funciona como um excelente quebra-vento.
Segui andando e quando cheguei num pedágio o atendente me disse que 3 amigos meus já haviam passado e pediram para avisar, daí eu perguntei – mas não eram 4? Nesse instante olhei para trás e lá estava o Marco, já aproveitei e deixei o pedágio pago para ele também.
O dia não estava bom para pilotar hoje, muito frio e muito vento lateral, mas depois de algumas horas pilotando com direito a errar o caminho e ter que voltar 25km para pegar o caminho certo fizemos uma parada para abastecimento num posto e também aproveitamos para tomar um café e um lanche básico.
Seguimos viagem e depois de algum tempo alcançamos novamente nossos colegas, o Marco reduziu o ritmo para seguir acompanhando eles, mas eu segui no meu ritmo um pouco mais forte.
Por volta das 16:45 parei num posto de gasolina para abastecer e constatei que a bengala do amortecedor esquerdo estava vazando óleo, já estava tudo molhado inclusive o motor. Fiz uma pesquisa rápida pela internet e consegui localizar uma oficina em Santa Fé, para onde me dirigi imediatamente. Porém nessa primeira oficina eles não mexiam com motos grandes, mas o proprietário prontamente ligou para outro colega especializado em motos grandes este logo se prontificou a me ajudar. Deixei a moto lá e fui para um hotel, no dia seguinte de manhã cedo ele já iria desmontar e trocar o reparo e o óleo.
OBS: Já estou com a moto há 4 anos e 3 meses, quase 70 mil km rodados e nunca tinha trocado esse reparo da suspensão, pra falar a verdade estava mesmo na hora de trocar tanto o reparo como o óleo da suspensão.
Às 11:15 da manhã do dia 20 de Setembro de 2019 lá estava eu montando na moto para seguir viagem e tentar alcançar meus colegas que estavam na frente de mim agora.
Foi muito bom eu ter parado para realizar a troca do reparo pois uma parte dessa rodovia entre a cidade de Paraná na Argentina e Uruguaiana no Brasil está muito ruim com pista muito irregular, imagina fazer isso com um amortecedor estourado!
Lá pelas 16:10 da tarde eu estava chegando na fronteira com o Brasil. Trâmites feitos inicio a viagem do trecho no Brasil. A essas alturas o Marco já tinha mandado mensagem pelo Watsapp dizendo que eles iriam pernoitar no hotel San Isidro em São Gabriel e que eu poderia ir até lá também. Assim cheguei lá pelas 20:00, larguei as malas lá e já fui até o restaurante onde eles estavam e ainda conseguimos jantar juntos.
No dia 21 (sábado), 7 horas da manhã lá estava eu já no café da manhã e com tudo pronto na moto. Como eu estava decidido a estar em casa para o almoço me despedi dos colegas e me larguei na estrada, 11:45 estava eu adentrando no portão de casa, são e salvo com mais uma jornada cumprida.
Foram 10.000km percorridos, 5 países em 21 dias.
A Superténéré é simplesmente perfeita para longas viagens, muito confortável e econômica para o porte da moto que é. Nenhum momento senti qualquer tipo de cansaço ou dor nas costas graças ao banco confort que instalei nela e também um encosto para as costas que adaptei nela.
Dispor-se a um empreendimento tão grande pressupõe a também estar disposto a imprevistos. As grandes conquistas no entanto são até valorizadas pelas dificuldades. Tua experiência habilita o projeto e nada melhor do que correr atrás dos sonhos.
Parabéns pela bela viagem e obrigado pela relato. Sucesso e boas curvas!